O papel dos pais no desporto de formação é um tema antigo mas sempre atual. Infelizmente em muitas ocasiões, não é pelos melhores motivos.

Quem nunca assistiu ou ouviu falar de episódios em que filhos são pressionados, decisões do treinador contestadas pelos pais ou árbitros intimidados em jogos dos escalões mais jovens?

O que deveria ser um ambiente de alegria, crescimento e aprendizagem para as crianças, acaba muitas vezes por ser um verdadeiro pesadelo. Além de prejudicar o desporto de formação no geral e os clubes envolvidos em particular, prejudica principalmente as crianças e jovens.

Como nunca é demais reforçar, neste artigo partilhamos algumas práticas que os pais devem procurar seguir.

O papel dos pais no desporto de formação

No “Triângulo Desportivo” composto pelo treinador, atleta e pais, todos fazem parte e nenhum deve ser imprescindível.

A relação entre cada uma das partes é não só imprescindível como é mesmo desejável, já que cada um tem as suas próprias responsabilidades e papéis a desempenhar.

Leia também: O papel de um clube desportivo na formação de uma criança

No caso do papel dos pais no desporto, a verdade é que o modo de estar e comportamento influencia em grande medida a participação e evolução dos filhos.

É um problema transversal que afeta sobretudo o futebol, mas também as modalidades de pavilhão ou outros desportos coletivos e individuais.

Desta forma, reforçamos alguns princípios que contribuem para melhorar o papel dos pais no desporto de formação:

  1. Sentirem-se felizes pela participação dos filhos no desporto, não fazendo isso depender dos resultados ou desempenho dos filhos;
  2. Valorizarem uma prática desportiva baseada na satisfação pessoal e no divertimento;
  3. Serem um modelo de comportamento desportivo e social para os seus filhos;
  4. Participarem nas atividades do clube de forma moderada, não interferindo com as diretrizes do clube;
  5. Conversarem com o clube para conhecer os objetivos e desenvolvimento dos filhos; Hoje os clubes têm um organograma bem estruturado e os pais devem conversar com a pessoa responsável – em muitos casos poderá ser o coordenador ou diretor, em vez do treinador;
  6. Deixarem o treino e o jogo para o treinador;
  7. Educarem e incentivarem os filhos a praticar desporto segundo as regras;
  8. Ensinarem os filhos que a única coisa que podem controlar é o seu próprio esforço e disciplina;
  9. Orientarem e encorajarem os filhos regularmente, sem pressionar para que cheguem a patamares ambicionados/desenhados pelos pais (ou onde os próprios gostariam de ter chegado);
  10. Perguntarem aos filhos se o jogo foi divertido e como se sentem, em vez de perguntarem se ganharam ou se marcaram golos.

Educação e sensibilização no desporto é o caminho

É mais um dos desafios do desporto de formação: encontrar soluções que efetivamente melhorem os comportamentos menos felizes dos pais no desporto.

Apesar disso, o caminho a fazer tem de continuar a seguir pela educação e sensibilização para o papel dos pais no desporto de formação.

Projetos como a Bandeira da Ética contribuem para esta finalidade, a par de iniciativas de clubes que vão além das reuniões com os encarregados de educação e promovem as “Academias de Pais”. Ou ainda os clubes que afixam comunicações bem visíveis sobre o que é esperado do lado dos pais, entre outras ideias.

No desporto de formação, o mais importante de tudo deve ser a participação e não o resultado. A alegria e bem-estar dos filhos não tem o preço de uma vitória.

 

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